O Som e a Luz
Uma expressão que gosto muito é “carregar o piano”. Significa fazer o trabalho duro, para que o pianista possa brilhar. Quando assistimos a um show, há vários profissionais “carregando o piano” para que possamos nos emocionar com nosso artista preferido. Essa série de textos visa colocar os holofotes sobre quem normalmente fica por trás deles.
O iluminador é um dos mais importantes desses profissionais. Seu trabalho é também considerado uma forma de arte, e tem influência direta sobre a nossa percepção de uma apresentação musical. A luz pode nos ajudar a imergir totalmente no clima de uma canção ou, quando mal feita, pode quebrar o clima.
A luz é muitas vezes relegada ao segundo plano por artistas da música. Alguns consideram “firula”, distrações. Mas é inegável que um espetáculo em que a luz é bem planejada e executada ganha muito em impacto. E é muito mais difícil do que parece. Um bom profissional consegue fazer mais com recursos extremamente limitados, do que alguém com pouca criatividade e abundância de equipamentos. Alguns abajures cuidadosamente colocados no palco podem dar um efeito muito mais impactante do que telões de LED e dezenas de moving lights. Não basta fazer pirotecnias e exibições de equipamento, é preciso sensibilidade, e um profundo conhecimento do repertório do artista. Radiohead, Ney Matogrosso, Kraftwerk, são alguns artistas famosos pela integração entre música e luz e pela boa utilização de recursos.
O advento da tecnologia dos LED’s tornou equipamentos de iluminação bem mais acessíveis, e para artistas independentes ficou mais fácil incrementar o visual do show. Mas lembrem-se: um bom profissional vale mais que todo equipamento do mundo.
Autoria de Leo Moraes. Artista: Silva/ Foto Flávio Charchar.
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